segunda-feira, 26 de julho de 2010

A área de serviço

A área de serviço tinha originalmente um tanque enorme, de concreto revestido de azulejos, que ocupava muito espaço e que foi uma das primeiras coisas a ser demolida, logo no começo da reforma. O pedreiro que demoliu disse que foi um inferno, porque ele tinha por dentro toda uma estrutura em ferro. Fiquei com pena do cara. Mas já temos um tanque novinho em folha, de louça, em tamanho médio, o suficiente para ser funcional sem ocupar tanto espaço de circulação.
O novo tanquinho foi presente da mamis (a principal entusiasta da demolição do tancão original), que nos convenceu de que jamais precisaríamos de um tanque daquele tamanho, já que não pretendíamos pescar ali dentro. As intervenções que ainda serão feitas são a quebra do piso para passar o encanamento de saída de água da máquina de lavar direto para o ralo (imaginamos que a proprietária anterior largava a água para dentro do tancão, já que não havia saída para a máquina), a substituição dos registros e da caixa por uma de 250 (a caixinha atual é bem pequenininha, e devia transbordar sempre que se lavava roupa). Além disso, vão embora os azulejos (novos azulejos serão colocados apenas na área do tanque), as paredes serão rebocadas e pintadas e o piso, que é continuação da cozinha (paviflex amarelo e branco) será trocado. 



A cozinha rosa pálido, sob risco de avalanche

A cozinha também está pedindo um carinho, coitada.

Os pontos críticos: 

Os azulejos em tons de cor de rosa pálido estão sob risco iminente de queda ao menor movimento, muitos deles completamente soltos e outros faltando. O piso é um duvidoso paviflex amarelo e branco, com peças quebradas, riscadas ou descolando. A pia é daquelas com balcão de concreto e azulejos pretos, bem pesadona, arrematada por um armário semi-destruído de fórmica em tom de amarelo-desgosto. A água da pia não desce, por possível entupimento de algum cano velho. Além disso, há um buraco, um espaço não aproveitado junto ao teto (acima da capela onde está embutido o tampo da pia), ainda ostentando uma antiga pintura azul, pois sequer se dignaram a ir até aquele buraco inútil com os azulejos. Problemas elétricos e hidráulicos, como todo o restante do apê.









O plano de ataque:

- Instalar mais tomadas, prevendo espera para máquina de lavar louças, fogão elétrico, forno, etc;
- Acabar com o balcão atual de concreto abaixo da pia e substitui-lo por móvel de cozinha;
- Trocar o piso e retirar os azulejos;
- Rebocar a cozinha e assentar novos azulejos apenas acima da pia;
- Passar um cano de cobre por baixo do piso levando a mangueira de gás até a área de serviço, para que o botijão não precise mais ficar ao lado do fogão (algo bastante perigoso, segundo nossa querida amiga arquiteta que nos visitou para dar umas dicas preciosas);
- Refazer a hidráulica;
- Fechar o buraco com gesso para embutir iluminação acima da pia.

O banheiro islâmico

Talvez um dos cômodos mais judiadinhos do apartamento seja o banheiro social. Além de ser minúsculo (3,23 m2), o espaço não poderia ter sido pior aproveitado pelo engenheiro que o projetou, que deve ter sido formado por correspondência.


Os pontos críticos:

1) Para começar, a porta se abre para o meio do cômodo (isso mesmo: com a porta aberta, não é possível se mover pelo banheiro. Ela fica aberta no meio da peça). Atrás dessa porta (quando aberta), fica a única tomada existente, o que também não poderia ter sido feito em local menos propício. Além disso, a porta por pouco não raspa na pia ao se abrir;

2) A área do chuveiro (que conta com um box de acrílico que já estava quebrado) é comprida e estreita demais. Como se não bastasse, o cano do chuveiro fica muito perto da parede, totalmente descentralizado em relação ao espaço do box, o que obriga o cidadão que tenta tomar banho a fazê-lo encostado nos azulejos;

3) O interruptor de luz fica do lado de fora do banheiro, o que provoca uma tentação quase incontrolável de sacanear quem está usando a peça, deixando-o no escuro no momento mais dramático do serviço;

4) A cartela de cores expressa todo aquele bom gosto de uma cor que grita e outra que não escuta: azulejos verde pistache + piso mescladinho bege e branco + louças rosa antigo. Quem foi capaz de cometer uma combinação dessas? Não pergunte pra mim;

5) Piso solto em alguns pontos, azulejos idem. No caso dos azulejos, há ainda um clássico dos banheiros mais antiguinhos: diversos tons de verde entre o pistache e o abacate, porque foram sendo feitas reformas e nunca mais foram encontrados os azulejos no tom original para reposição;

6) Instalações elétricas precárias, cheias de gambiarras e "jeitinhos";

7) Válvula hidra com pequeno vazamento;

8) E só para finalizar, o carro-chefe do nosso banheiro é um show à parte: um vaso sanitário rosa antigo com tampa verde que foi colocado na diagonal!! Sim, acreditem, colocaram o vaso e, ao descobrirem que ele batia no box, ENTORTARAM um pouquinho para o lado esquerdo, de modo que a coxa de quem senta fica esmagada pela porta de acrílico do box! E com um espaçãããão sobrando ao lado deste vaso! Comentário do namorido ao ver a obra de arte da arquitetura banherística: "Vai ver que a proprietária anterior era muçulmana, só cagava virada para Meca." Taí, talvez seja uma boa explicação para o nosso vaso em diagonal: temos um banheiro islâmico!!!


 





O plano de ataque:

- Refazer toda a elétrica, colocando mais tomadas (onde elas realmente costumam ser usadas, e não atrás da porta!), eliminando as gambiarras e os fiozinhos puxados de lá para cá e daqui pra lá, instalando uma iluminação específica para a área da pia e puxando o interruptor de luz para dentro do banheiro; 
- Refazer toda a hidráulica, substituindo o registro e os canos podres de ferro colocados em 1950, redistribuindo as peças no ambiente (afinal, desentortar o vaso é prioridade número UM), anulando a válvula hidra (vamos usar caixa acoplada) e reposicionando o chuveiro;
- Trocar o piso e o revestimento;
- Rebaixar o teto com gesso para nivelar a diferença de pé direito e embutir iluminação;
- Inverter a porta. 

domingo, 25 de julho de 2010

O Ponto de Partida

O ponto de partida: um apartamento que poderia ser definido como "luxo underground". O que isso quer dizer? Que temos à mão um apê que, para um jovem casal sem filhos, é um luxo: três quartos (um deles com uma pequenina, porém simpática sacadinha), salas de estar e jantar, um banheiro social e outro de serviço, cozinha, área de serviço e despensa, cujas janelas dão todas para uma vista incrível do Rio Guaíba e do pôr-do-sol, símbolo de Porto Alegre. Mas todo esse luxo tem um preço, e aí é que entra o lado "underground" da parada: caindo aos pedaços, o apartamento clama urgentemente por um pouco de carinho e atenção. Azulejos caindo, pontos de umidade, elétrica e hidráulica em petição de miséria, venezianas que ameaçam cair do oitavo andar sobre a cabeça de algum transeunte desavisado na calçada e outros mil pequenos desajustes que exigem uma intervenção radical. Em pequenas e grandes cirurgias, aos pouquinhos vamos transformá-lo em algo que se possa chamar de lar. Esse blog foi criado para registrar essa transformação e, quem sabe, contribuir com algumas dicas e ideias para quem está, como nós, contando as moedinhas para enfrentar uma bela reforma!

Vista do quarto número 2