sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O durante do banheiro

Bom, depois de algum tempo sem atualizar, volto com algumas novidades da obra. 

Estive sumida porque estava dando uma atençãozinha à minha dissertação de mestrado, que andou muito abandonada desde que toda essa função do apartamento começou. E na hora da defesa não vai dar pra dizer que não terminei o trabalho porque estava arrancando o paviflex da cozinha, não éahn??

Mas enfim tenho algumas fotos mais recentes do banheiro, e de algumas modificações drásticas já sofridas por ele.  Como tivemos que refazer todo o encanamento e parte elétrica do apê (que como já expliquei, tinha pelo menos 50 anos), aproveitamos para dar um novo layout em todo o banheiro, que era o espaço pior aproveitado de todo o apartamento. Agora, onde ficava o box está o novo vaso sanitário, onde ficava a pia agora é o novo box e onde ficava o vaso islâmico, será feito o balcão da pia.

Abaixo, segue um resumo daquela lista dos "problemas" do antigo banheiro (postada na íntegra aqui) e a situação atual em que se encontram:

1) Porta abrindo para o meio do cômodo - a porta foi retirada e no momento o banheiro ainda está sem porta, já que a empresa que chamamos para fazer orçamento nos deu o cano duas vezes. Na lista de tarefas, incluímos chamar uma empresa mais séria para orçar esse serviço. Se esses caras enrolam para pegar o serviço, imagina pra executar...

2) Área do chuveiro - Um novo box foi criado na parede onde antes ficava a pia. O chuveiro novo já está instalado, mas falta instalar a cortina, já que por enquanto não colocaremos um novo box para os bolsinhos respirarem.

3) Interruptor de luz do lado de fora - Foi para o saco junto com toda a instalação elétrica anterior, e agora fica próximo à porta pelo lado de dentro.

4 e 5) Cartela de cores bizarras + pisos e azulejos soltos  - Os itens 4 e 5 foram resolvidos com a retirada completa de piso, azulejos, louças e metais (parece locução de comercial, mas é isso mesmo: sobraram só as paredes). As paredes foram rebocadas e receberam azulejos até a metade (azulejamos a parede toda só na área do chuveiro), uma faixinha de pastilhas de vidro e apenas tinta na parte superior.

6) Instalações elétricas precárias - A elétrica foi toda refeita, e além disso fizemos algo que não estava inicialmente previsto, mas que ficou lindo: rebaixamos o teto do banheiro com gesso e embutimos iluminação, que agora é setorizada. Duas lampadinhas sobre a pia, mais uma no espaço onde foi derrubada a parede que nos permitiu aumentar um pouquinho o banheiro (como expliquei nesse post), e duas maiores para iluminação da área do box e do centro do teto. 

7) Válvula hidra com vazamento - A válvula hidra já é uma lembrança do passado pra nós. Agora o vaso é de caixa acoplada. 

8) Vaso islâmico - Foi a primeira coisa a ser mandada embora, claro. A pia rosa antigo, que fazia conjuntinho com aquela coisa medonha, aproveitou a carona e foi junto. 

A obra já andou mais um pouquinho desde que as fotos foram tiradas, então ainda não aparecem alguns detalhes que já estão prontos, como o porcelanato do piso, a pintura da parede (no tom palha, da Suvinil), o vaso sanitário e chuveiro novos (branquinhos e já instalados), etc. 

O que ainda falta resolver: 

1) O revestimento do cano que ficou aparente desde que quebramos as paredes que o escondiam (e que ainda não sabemos exatamente do que será feito);

2) O balcão de itaúba com a cuba de apoio de vidro verde (comprados, mas ainda não instalados);

3) A finalização da pintura do teto e das paredes (as últimas demãos devem ser dadas nesse final de semana);

4) A instalação da nova porta e da estrutura para a cortina do box.


Rebaixo de gesso, rodaforro e iluminação embutida






Novos azulejos, pastilhas e o cano ainda aparente. Aceita-se ideias pra revesti-lo!




Detalhe do rodaforro acompanhando o cano




Nova área do box, na parede da antiga pia




Mesmo inacabado, já estou achando esse banheiro infinitamente melhor que o anterior!!

sábado, 2 de outubro de 2010

O antes e depois da área de serviço

Não é que as coisas estejam prontas, ainda falta muita coisa pra fazer. Mas já dá pra mostrar algumas soluções bacanas que deram um up no apê sofridinho. Uma delas é o revestimento da área de serviço, que estava uó e já deu uma bela melhorada. Ainda falta pintar as paredes, limpar e consertar a janela (que tem uma folga) e instalar o tanque novo e o acabamento do registro. A última fileira de azulejos (mais próxima do chão) será colocada depois do piso, para o acabamento ficar perfeito. A torneira do tanque por enquanto vai continuar essa antiga mesmo, já que funciona bem. Depois, com o tempo e o alívio nos bolsos, poderemos trocá-la.

ANTES


Detalhe da pedra quebrada, que foi nivelada com cimento:


DEPOIS



Já não deu uma melhorada? Nós gostamos!

Cores e mais cores

Em uma passada rápida pelo apartamento, tirei umas fotos dos quartos para mostrar pra vocês as cores escolhidas. Preparem os olhinhos (e os ouvidos, porque elas gritam): vocês certamente perceberão que nós adoramos cores! O cineasta da família estava ocupado, então a fotografia não ficou lá essas coisas, mas dá para ter uma ideia.
Escolhemos uma base neutra (um tom meio fendi, ou algo entre o cinza e o palha, sei lá como chamar isso) que vai dar uma unidade em todo o apartamento, e em cada quarto uma cor tchananans pra dar uma alegrada. E agora o fim do mistério:

- Quarto de casal: VERDE
- Closet: ROXO
- Escritório / estúdio de som: LARANJA

As cores nas fotos não reproduzem exatamente os tons reais. O controle da luz tava difícil e elas ficaram todas um pouco estouradas (mais brancas). Então imaginem que o verde real é um pouco mais musgo, o laranja é um pouco mais fechado e o roxo, um pouco mais escuro...
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QUARTO VERDE


Esse "buraco" é onde ficava um dos armários embutidos cheios de cupim que foi embora. A ideia é colocar aí dentro prateleiras e uma bancada com uma cadeira, para termos uma mesa de apoio para abajur, computador ou objetos decorativos em geral. Também em verde estão a parede atrás da cama e a parede oposta ao buraco, que dá acesso à sacada (o tom mais claro no centro da foto é por causa da luz do sol, já que a sacada estava aberta). O tom neutro foi usado no teto e nas paredes restantes. Ainda falta pintar os marcos e portas, que serão branquinhos.
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QUARTO ROXO


O closet tem duas paredes roxas e as outras no tom neutro, como o teto. Ainda falta pintar de branco, além dos marcos e portas, os detalhes em gesso, para dar um contraste com a cor do teto. Os cantinhos não estão borrados como parece, é que as fitas crepes ainda não foram retiradas. O quarto roxo terá guarda-roupa, cômoda, espelho, prateleiras, puff de apoio para sentar e calçar os sapatos e um cabideiro.
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QUARTO LARANJA


O quarto laranja terá duas mesas de canto (um espaço de trabalho para cada um) com prateleiras, a futura cabine acústica para gravação e um sofá que funcionará como cama de hóspedes (isso é o sonho, né, minha gente? Usem a imaginação, porque por enquanto só tem mesmo dois colchões para hóspedes e nossos computadores hehehe).
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É incrível como só a pintura já mudou o astral dos ambientes. Nos quartos, ainda falta arrumar as janelas e lixar o piso, mas só a pintura já deu um ar de limpeza que fez valer a pena a trabalheira que deu. Tudo feito, claro, por mim, namorido e mamis.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Muitos leitores e um fim de semana feliz

Uau, meu povo! O blog está bombando!! Já temos muitos leitores fiéis e as caixas postais não param de receber mensagens!!! Creio que, ao todo, já sejamos uns 8, e hoje mais dois me pediram o endereço hahahaha... Mas agora falando sério, fiquei muito feliz que as pessoas curtiram compartilhar esse momento tão especial conosco, e agradeço as mensagens com palavras carinhosas de pessoas queridas que nos desejaram tantas coisas boas.
A reforma ainda está longe de acabar, mas como nos três quartos a única intervenção de maior porte prevista é a recuperação do piso de tacos, já vínhamos preparando as paredes para o momento mais divertido da obra, que é a pintura, claro!!!! Acabamos optando por pintar os quartos antes da recuperação do piso porque assim não nos preocupamos com os pinguinhos de tinta no piso pronto.
E nesse final de semana começamos a sessão arco-íris. Massa-corrida, lixa e selador abriram caminho para as rainhas da alegria: muitas latas de pigmentos coloridos. Foi o final de semana mais legal da obra até agora, claro!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Sobre tempo e dinheiro

Se a velha máxima do "tempo é dinheiro" for verdadeira, uma reforma pode ser considerada um duplo prejuízo. Não que não seja maravilhoso planejar e executar um lar: é claro que, "no frigir dos ovos", como diziam nossas avós, o saldo deve ser positivo. Se não, nem valeria a pena reformar. Mas se você está embarcando nessa, deve estar preparado para o preço a ser pago, e que não é barato. Reforma custa tempo e custa dinheiro. E também custa saúde mental, e na pior das hipóteses pode custar até o seu relacionamento. Porque reforma é uma delícia, mas testa seu fôlego e sua paciência, angustia, tira o sono e causa brigas conjugais.
Sem querer desencorajar ninguém, pode ser útil elencar algumas coisas para as quais é preciso estar preparado antes de reformar, pelo menos para que você saiba o que vem pela frente e não diga que ninguém avisou. Lá vai:

1. Engana-se quem acha que vai gastar um valor X e receber prontinho um lindo lar onde possa plantar seus amigos, seus livros e discos. Reforma não é drive-thru do McDonald's. Você vai gastar o valor X, só que vezes três, e terá que visitar a obra quase todos os dias.

2. A cada dia que você passar na obra, mesmo que seja só pra dar aquela conferida rápida, seu mestre-de-obras lhe dará uma enorme lista de coisas para comprar. Geralmente, para o mesmo dia ou para o dia seguinte no máximo, bem cedo. Mas isso pode não ocorrer se você passou na obra e descobriu que ninguém foi trabalhar hoje.

3. Não ouse pensar que seu mestre-de-obras lhe dará tudo mastigadinho. A lista não vem pronta: você precisará decifrá-la. Isso inclui uma passadinha na internet mais próxima antes de ir às compras, para procurar no Google que diabos é uma porca de flange.

4. Quando você for comprar o que está na lista, perderá algum tempo olhando na loja todas as coisas que ainda não estão nessa lista, mas estarão nas próximas. É bom ir vendo as ofertas, porque mais cedo ou mais tarde ele vai pedir. Mas use seu tempo com sabedoria: primeiro pegue a senha de atendimento, e depois vá dar essa passeada pela loja. Quando chamarem seu número no balcão, você já terá conseguido ver vááárias coisas, inclusive aquelas que você já comprou nas listas anteriores e que agora baixaram de preço.

5. O atendente do balcão quase nunca vai ter exatamente o que você decifrou. Ou ele fará uma pergunta específica, cuja resposta não está na lista ("mas ele só te deu o comprimento? E qual o diâmetro?"), ou então ele vai dizer que não tem exatamente esse ("mas tem esse outro aqui, que dá no mesmo"). Você terá que telefonar para o mestre-de-obras para perguntar, e é bom torcer para que o celular dele esteja ligado.

6. Quando a compra tiver sido feita e o rombo no orçamento já estiver consolidado, você deverá se dirigir até o depósito para retirar o material, que não está disponível na loja. Encontrar o depósito é muito fácil: ele fica sempre no extremo oposto de onde você está no mapa da cidade.

7. Chegando ao depósito, mostre a nota fiscal e um funcionário apontará onde fica o material que você precisa retirar. É possível que você tenha comprado itens bastante diversificados entre si, então prepare-se para ir a vários depósitos dentro do depósito principal. Porque fatalmente o azulejo fica no setor 1 e o rejunte no 7, depois você volta para buscar a argamassa no 4, o cimento no 9, a areia no 5 e os canos no 3.

8. É bom que você tenha ido de salto fino e um vestido deslumbrante até o depósito, porque caso você não esteja minimamente parecida com a Angelina Jolie, ninguém vai te ajudar. Se for de moletom e tênis, esteja preparada pra carregar muitos sacos de 50kg nas costas até o seu carro. Quem mandou sair de casa desse jeito?

9. Na saída do depósito, haverá uma cancela onde um funcionário deverá conferir cada item comprado com a sua nota fiscal. Tire todos os sacos de cimento, argamassa e areia do seu porta-malas, e todos os canos que estão atravessados entre o porta-malas e o banco do carona. Não esqueça das caixas de azulejos no banco de trás nem do rejunte, no chão atrás do banco do motorista. Quando tiver conseguido comprovar que você não está surrupiando nem uma chave philips do depósito, coloque tudo de volta e o rapaz abrirá a cancela.

10. Quando você chegar na obra com as compras, descobrirá que alguma coisa foi comprada errada, ou em quantidade insuficiente, ou os dois. Na verdade, você tinha ficado mesmo em dúvida, mas não conseguiu falar com seu mestre-de-obras, porque o celular dele estava desligado. Volte à loja e repita os passos 4 a 9.

11. Quando você voltar com a segunda leva de compras, seu mestre-de-obras ficará tão satisfeito que lhe dará uma nova lista, para o dia seguinte. 

12. Se for sexta-feira, a nova lista poderá ser só pra segunda. Mas se for esse o caso, seu mestre-de-obras vai pedir mais dinheiro. Toda sexta-feira eles pedem mais dinheiro, para pagar a semana dos serventes. Você já deveria saber disso e tinha que ter passado no banco antes de voltar com as compras. Caso contrário, nunca, NUNCA passe na obra às sextas-feiras.

13. Na semana seguinte, depois que todos os passos acima forem repetidos diariamente, é possível que você tenha a fabulosa ideia de perguntar sobre o prazo, louca para saber quando isso vai acabar. A conta é simples: acrescente um mês e quinze dias ao prazo que o mestre-de-obras lhe der. Se ele disser que vai ficar pronto no dia 01 de agosto, por exemplo, a obra será entregue no dia 15 de setembro. Se não atrasar. Vai que chove...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Jack e o porcelanato

Antes de iniciarmos a reforma, já haviam nos alertado sobre os perigos do arquiteto JACK: JACK vou trocar o piso, aproveito pra mexer nos canos, JACK vou trocar os canos, troco a pia de lugar, e assim por diante. No nosso caso, caidinho do jeito que estava o apê, tudo precisava ser feito MESMO, então nem tínhamos como ceder muito a essas tentações. Mas teve uma coisa em que o arquiteto JACK conseguiu nos convencer: o piso. 
A história era a seguinte: precisávamos trocar o piso do banheiro e também o da cozinha (que compreende cozinha, área de serviço, banheirinho dos fundos e despensa). O do banheiro seria uma cerâmica não muito cara, e na cozinha pretendíamos apenas trocar o asqueroso paviflex amarelo e branco por um outro paviflex melhorzinho. Pesquisando sobre isso, vimos que paviflex na cozinha pode soltar por causa da umidade (o anterior estava mesmo todo solto), e o pedreiro nos convenceu que cerâmica era muito mais negócio, que dura pra vida toda, e que já que estávamos fazendo todo o resto da obra com ele, nos faria um preço especial na mão-de-obra. Começamos a olhar, sem compromisso, algumas cerâmicas, e também fomos atrás de orçar o paviflex. Só que havia um detalhe: meu lado retrô sempre sonhou em ter uma cozinha com piso xadrez, preto e branco, mais ou menos como esse aí abaixo, que encontrei no blog Falando di Casa.


Para ver outras cozinhas com piso xadrez, clique aqui


Só que adivinhem? O paviflex mais barato é aquele mais intragável, todo rajadinho, e pra fazer o meu xadrez teria que ser o da linha Chroma, que tem peças brancas e pretas. E obviamente, a linha Chroma é a mais cara de todas as opções de paviflex...
Bom, seguimos olhando paviflex e cerâmicas e nos deparamos, nas lojas, com lindas peças de porcelanato pretas e brancas. Lisinhas, brilhantes, 60 x 60, tudo de bom. Mas todo mundo dizia que o mais caro para colocar porcelanato era a mão-de-obra e a gente sempre passava batido pela prateleira de porcelanato. Comentando um belo dia com o pedreiro, ele nos tasca que até o tamanho de 60 x 60 ele poderia assentar o porcelanato pelo mesmo preço de mão-de-obra da cerâmica, mas se fosse maior que isso precisaria cobrar mais. Acendeu a luzinha: prá quê maior que isso? Nossa cozinha nem é tão grande! 60 x 60 é perfeito. Mas ainda assim as peças eram muito mais caras que nosso paviflex. Mesmo assim, passamos a olhar uns porcelanatos, assim como quem não quer nada, só pra namorar. Um mais lindo que o outro. Ao expor certo dia nossa dúvida cruel, ouvimos a seguinte explicação:

- Olha, para escolher o piso vocês devem ter em mente quando pretendem fazer a próxima reforma. Se pretendem trocar daqui a uns 4 ou 5 anos, o paviflex é a melhor escolha. Sai mais barato e quando ele começar a ficar feio, vai embora. Se vocês pretendem trocar daqui a 10, 15 anos o melhor é a cerâmica. É muito mais durável, ainda que possa lascar, riscar e ficar com o rejunte encardido. Agora, se quiserem reformar só depois do casamento do filho de vocês que ainda não nasceu, tem que ser porcelanato. 

Juro que a pessoa falou isso e pegou uma pedra de 60 x 60 de porcelanato e jogou no chão! Atirou no chão!!!! O negócio PLAC, fez um barulhão, eu e o namorido tomamos um susto! E a peça lá no chão, nos olhando intacta...
Aquilo foi realmente impressionante. Jogada de mestre. Começamos a ver o porcelanato com outros olhos, afinal não pretendemos passar por outra reforma nessa encarnação, e é claro que seria liiiiindo que nossos filhos aprendessem a caminhar sobre um maravilhoso piso xadrez de porcelanato brilhante. "Mas vamos dar mais uma olhadinha no paviflex?", dizia eu. E o namorido hipnotizado pelo supergloss.

Um belo dia, dando uma entradinha básica ("só pra olhar") em uma loja chique que não era pro nosso bico, a vendedora vem nos perguntar que tipo de coisa queríamos, para que cômodo seria e coisa e tal. Comentei o sonho do piso xadrez, e ela nos apresentou umas peças de 60 x 60 pretas e brancas, lindas, com supergloss e tudo mais. O metro quadrado da branca custava 69,90 e da preta, 89,90. Muuuito acima dos pisos que andávamos olhando. Namorido comentou na cara-dura:

- Obrigado, mas estamos só olhando mesmo. Até porque vimos igual a estas na loja X por 59,90 uma e por 32,90 outra.

Bingo. Sem querer, ele descobria o grande segredo da arte de pechinchar: colocar uma loja contra a outra. Ao que a moça responde: 

- Sério? Mas está realmente muito barato, esse porcelanato é isso, é aquilo e coisa e tal (falando o quanto o porcelanato dela era incrível). Se estiver esse preço mesmo, eu cubro. 

Ligou para a loja, confirmou o preço e cobriu a oferta. E o da outra loja nem era exatamente o mesmo. Era parecido, mas de uma marca genérica. Mas a moça cobriu.

E daí, o que se faz numa hora dessas? Hein, meu povo???
Aceita-se que caiu nos braços do JACK!!
JACK o paviflex não dura tanto, JACK o pedreiro ia cobrar o mesmo preço pra assentar uma coisa ou outra, JACK o porcelanato é tão bonito e resistente, JACK a moça nos ofereceu um porcelanato melhor pelo mesmo preço do genérico... vamos de piso xadrez ultra-mega-maxi-supergloss!!!!
É claro, o investimento foi alto, mas JACK estávamos economizando em tantas outras coisas... JACK o piso das salas e dos quartos não vai ser trocado... podemos nos dar esse luxo na cozinha, não?
Ah, e JACK o banheiro é tão pequenininho, são só 4 metros quadrados, por que não levar uma caixinha pra ele também???
E foi assim que o JACK nos pegou no porcelanato... e teremos um lindo piso xadrez preto e branco com peças grandes, retificadas e brilhantes para nossos filhos aprenderem a andar! E no banheiro, um modelo clarinho de bege para dar um up no azulejo (JACK economizamos no azulejo irregular, como expliquei no post anterior...)

Porcelanato do banheiro

Voltamos para casa sorrindo de orelha a orelha com nossos novos pisos - e viva o JACK!!!

Algumas das nossas escolhas

No post anterior escrevi sobre a dificuldade de fazer escolhas e de adequar o nosso apurado senso estético (afinal, somos um casal de artistas) a um orçamento diminuto (afinal, somos um casal de artistas)...
Quero então compartilhar algumas boas e más escolhas que já fizemos até agora. De más escolhas, por enquanto são apenas duas: optamos por um azulejo para o banheiro que era o mais bonitinho entre os mais baratos. O metro quadrado custava apenas R$ 12,90, mas as peças são irregulares e algumas delas vieram com pequenos defeitos de fabricação, umas depressões em baixo relevo no cantinho. Como só vimos depois de assentados, agora só reclamando para o Papa. Mas tudo bem, os defeitinhos são pequenos e ninguém vai reparar. Só nós, é claro, que vamos ficar enfiando o dedo nos buraquinhos toda vez que formos pro chuveiro. Porque já repararam como um defeito puxa o olho da gente? Tenho cer-te-za que vou sentar no vaso sanitário e olhar direto pra lá. É a vida. Mas a banda toca e a reforma continua, fazer o quê?
O outro equívoco foi achar que a cor escolhida no catálogo de tintas da loja fosse ao menos parecida com o tom da tinta em questão. Não é. Nunca é, com nenhuma marca. Pode ser Coral, Suvinil, Sherwin-Williams, o que for. Sua parede vai ficar sempre diferente do catálogo. No nosso caso, não ficou nem parecida: escolhemos um tom de vermelho escuro, quase bordô, e ganhamos uma parede vermelho-sangue, quase laranja. E não adianta vir me falar dos fantásticos simuladores de cores online, porque a diferença aí é pior ainda. O tom Uva Francesa da Coral chega perto do bordô no simulador, mas na parede é quase pink. Podem conferir aqui no blog da Mari Mello, o ótimo Brincando de Casinha. A nossa sorte foi que, assim como a Mari, compramos apenas o teste, e não a lata grande.
De boas escolhas, ainda bem, estamos bem servidos. Conseguimos economizar em muita coisa e fazer boas compras na maioria das vezes, mesmo que para isso tenhamos precisado ir a zilhões de lojas diferentes. Destaque para as duas melhores compras até agora: os pisos (que vou comentar em um próximo post só pra eles) e o sifão que vai embaixo da pia do banheiro. Como nossa cuba é de apoio sobre um balcão de madeira, o sifão fica aparente. Um de plástico branco era baratinho, mas medonho. O cromado era lindíssimo, mas custava os olhos da cara. Namorido foi o responsável pelo achado: encontrou um belo sifão de plástico com pintura cromada, baratinho e visualmente igualzinho ao carésimo. E eu fiquei feliz da vida. Afinal de contas, ninguém vai raspar a chave do carro no meu lindo sifão cromado pra saber que, no íntimo do seu ser, reside um mero sifão de plástico. 

A difícil arte de fazer escolhas

O problema de fazer reforma por conta própria é assumir os riscos: se algo ficar horrível, pode ter certeza que a culpa foi sua. Mil escolhas a serem feitas, um mundo de possibilidades, mil chances de acertos... e de erros. Por causa disso, torna-se um pouco difícil tomar algumas decisões. Com o orçamento estourado então, nem se fala. 
É fogo ter bom gosto: se eu entrar em uma loja e disser "aaaiiiii, que liiiiiiindo!!!!", pode ter certeza de que estou olhando para o item mais caro de toda a loja. Por que não fazem coisas incríveis com designs maravilhosos e cores sublimes que possam ser compradas por pessoas normais??? Por que uma torneira custa 80 reais e outra, ao lado dela, custa 1.600?? Por acaso alguém que vai na minha casa conhece o último grito da moda em torneiras pra saber se comprei uma torneira assinada por algum famoso faucet designer? Por acaso quando você faz xixi no banheiro de alguém você repara na marca do porta-papel higiênico? Por isso é preciso pesquisar muito bem, analisar os prós e contras e a relação custo-benefício. Nem sempre o que é mais caro vai ser necessariamente melhor, e nem sempre comprar o mais barato garante economia. Se o negócio baratinho não funcionar como deveria, você vai ter prejuízo na certa.

Sem contar o que a gente compra errado por pura ignorância mesmo. O pedreiro pede:
- "Me traz um cotovelo 90 graus de meia pra 3/4 azul e um tubo de cola Tigre."
Você anota tudo direitinho, mas quando chega na loja o cotovelo é chamado de joelho e os 3/4 são medidos em polegadas, ou com algum outro sistema métrico desses baseados no tamanho do dedão do rei. A cola não tem daquela marca, mas tem da outra que (o vendedor garante) é tão boa quanto aquela. Você compra (meio desconfiado), e quando chega na obra o cotovelo não era aquele e ainda ouve do pedreiro que ele pediu a cola Tigre justamente porque não confia naquela outra marca. Acontece... e muito! Por isso, vale a pena pesquisar, informar-se sobre marcas, preços e custo-benefício de cada coisinha comprada. Para quem está sem grana e, como nós, não pode contratar um arquiteto que manje do riscado, vale fuçar nas revistas e nos blogs de reforma, construção e decoração (que tem sido uma fonte valiosa de informação para nós sobre o que fazer - e principalmente o que não fazer - na hora de reformar). E também vale dar uma passadinha no site www.reclameaqui.com.br para uma consulta rápida sobre as possíveis reclamações a respeito da marca que você nunca ouviu falar, mas que o vendedor garante que está "vendendo muito bem".

domingo, 22 de agosto de 2010

Metendo a mão na massa

Assim como o apê, nossa reforma vai andando bem ao estilo "luxo underground": com muito bom gosto e pouca verba, o que conta é a criatividade e a disposição. Temos batido perna por aí todos os dias procurando os melhores ofertas, pesquisando soluções bbb (boas, bonitas e baratas) e fazendo, nós mesmos, o que é possível fazer.
Obviamente, não contratamos arquiteto. Levamos uma amiga arquiteta e meu tio, que é engenheiro, para darem seus pitacos. Mas nós mesmos medimos tudo, baixamos um programinha para Mac e desenhamos a planta. Estamos escolhendo tudo sozinhos, por nossa própria conta e risco. Claro que às vezes bate o pavor de criar um frankestein, mas e daí? Será o NOSSO frankestein, com a nossa cara e do nosso jeito. Muuuuuito melhor do que gastar uma fortuna com um arquiteto e ainda correr o risco de ter uma casa impessoal, com os gostos DELE, e não os nossos. E depois, a melhor parte é essa mesmo: escolher com carinho cada cantinho, cada cor, cada revestimento... sem contar que a gente aprende muito!
Por exemplo, o pedreiro me pedia para comprar tantos canos brancos, tantos canos marrons, tantos joelhos azuis. E eu pensava: "gente, por que esse surto decorativo com um negócio que vai ficar escondido embaixo do piso?", até descobrir o óbvio: se os canos onde passa o esgoto forem da mesma cor dos que contêm água limpa, como seriam diferenciados em uma futura reforma? Se outra pessoa precisar mexer nesses canos, como ele vai sacar o esquema? Tóin, tudo tem um por quê quando se trata de construção e reforma.
Essa função toda dá um trabalho, mas é uma delícia. Somos privilegiados em ter famílias (tanto do lado masculino, quanto do feminino) que nos apóiam incondicionalmente, seja contribuindo com dinheiro, com presentes, com ideias geniais ou mesmo com trabalho braçal. O namorido está se puxando: já destruiu até parede a marretadas. Todo mundo colocando a mão na massa. Aliás, minha mãe tem sido campeã nesse quesito: todo dia quer ir para a obra fazer coisas. Hoje mesmo estávamos cansados, dormimos até mais tarde e quando ligo para ela (às duas da tarde), fico sabendo que está lá desde cedo trabalhando!! Vê se eu posso, depois dos 50 descobriu a vocação para mestre de obras!!! Ela já fez de tudo: destruiu conosco todos os azulejos da cozinha, arrancou o piso de paviflex, passou espátula na tinta das paredes, passou massa corrida, lixou com lixadeira, serrou madeira e só não arrancou os azulejos do banheiro porque eu não deixei: "mãe, deixa, já contratamos mão-de-obra pra isso, o homem vai fazer, prá que vamos ficar com dor???" Acho que descobri uma veia masoquista na minha mãezinha... mas essa ajuda tem sido vital e, por enquanto, contratamos mão-de-obra apenas para aquilo que não sabemos fazer, ou que realmente exige um profissional:

- Refazer toda a elétrica

Dos cabos que sobem pelo prédio até o apê à instalação de novo quadro de luz, com mais disjuntores, passando por novas tomadas, quebração de paredes para passar fiação, etc etc. O quadro de distribuição antigo tinha apenas um disjuntor para chuveiro e outro para todo o resto, de forma que todo o projeto elétrico foi modificado.

- Refazer o banheiro

O banheiro veio todo abaixo: azulejos verdes, piso horroroso, e até um pilar que, achávamos nós, era estrutural, e na verdade não era. Quando os azulejos foram retirados, descobrimos que o pilar era oco e estava ali apenas para esconder o encanamento do prédio. Primeira surpresinha: esse pilar oco estava abarrotado de caliça, provavelmente de uma obra anterior que sequer se dignaram a contratar uma caçamba pra levar!!!! Prá quê, né??? Bota no buraco e tasca azulejo em cima! Simples assim... afff! Eu devo ter secado a louça com o Santo Sudário em outra encarnação. É provavelmente essa caliça que estava retendo a umidade que acabou passando para a parede e saindo no quarto ao lado... acabamos optando em destruir essa coluna, ganhando espaço no banheiro, e revestir apenas os canos com alguma outra coisa, ou fazer uma textura ou sei lá eu o quê. O banheiro já ficou maior. Também reorganizamos todo aquele caos anterior (conforme expliquei no post O Banheiro Islâmico), reposicionando tudo: onde era o box agora é o vaso sanitário, onde ficava o vaso islâmico será a pia e onde era a pia, vai o box. A porta, que seria apenas invertida, será trocada, porque estava no limite da falência, e acabou sobrando uma em melhor estado da parede destruída pelo amado namorido. Só que o marco dessa porta era maior, então não vamos escapar de comprar outro.

- Refazer hidráulica
Inclui, além do banheiro, a cozinha e a área de serviço. A entrada e saída para máquina de lavar já estão ok, o sifão da pia da cozinha foi trocado e todas as caixas sifonadas (aquilo que pessoas normais antes de uma reforma costumam chamar de "ralos") também foram trocadas, assim como todos os registros e encanamentos.

- Rebocar a cozinha, a área de serviço e o banheiro
No lugar dos velhos azulejos, optamos por rebocar a cozinha e pintar, colocando azulejos apenas em volta da pia. Na área de serviço, a mesma regra. Apenas azulejos em torno do tanque. No banheiro, azulejamos o box até o teto e, no restante, apenas meia-parede. O resto é reboco, selador e tinta. Tudo pela economia.

- Assentar o piso novo na cozinha, área de serviço, banheirinho dos fundos e despensa

Enfim, com muitos esforços de todas as partes, a reforma está andando!!! Em breve, mais fotos e detalhes...

O que sobrou da casa dos cupins

Bom, depois que nos livramos por completo dos bichinhos, restou avaliar, dentre as madeiras tratadas, quais poderão ser aproveitadas. Mesmo sem os cupins, algumas delas estão furadas demais! Basta enfiar o dedo que esfarela que nem papel... por isso, as guarnições das janelas, os rodapés e marcos de algumas portas não poderão ser utilizados. Quanto ao piso de tacos, fizemos um orçamento com uma empresa recuperadora de parquet para lixar, trocar os quarenta piores tacos e passar sinteco, além de colar tacos faltantes e que foram totalmente esfarelados pelos nojentinhos. Não é o ideal, claro que seria ótimo trocar tudo, mas é o que tem pra hoje, já que as moedinhas estão contadas... Então, vamos trocar os quarenta piores mesmo e tentar recuperar os outros. Já não estando mais com cupins é o que basta por enquanto... o que são uns furinhos na madeira na atual situação???

Madeiraaaaaaaaa!!!!

Tudo que é de madeira no apê estava tomado por cupins. E quando eu digo tudo, quero dizer isso mesmo: rodapés, armários embutidos, todas as portas e janelas... e nos tacos de madeira do piso que cobre as duas salas, o corredor e os três quartos. Nas salas eles não estavam visíveis: a proprietária anterior os escondeu sob um laminado novo que instalou por cima dos tacos (e assim ela fez com todo o resto do apê, tudo na base das "maquiagens" e "gambiarras"). No restante do piso de tacos, havia três espécies diferentes dos bichinhos nojentos, segundo o funcionário da descupinizadora que nos livrou deles: o cupim subterrâneo, o cupim de madeira seca e a broca, que é uma espécie que produz um resíduo parecido com uma areia bem fininha, semelhante a um talco amarelinho. Pesquisando na internet, descobrimos que apenas o cupim de madeira seca responde a esses tratamentos caseiros ao estilo Jimo Cupim, os outros tipos precisam de descupinização profissional, com produtos importados e máquinas específicas. Não saiu barato, mas tivemos um excelente atendimento da descupinizadora, que tratou tudo e nos deu 8 anos de garantia. Eles têm plantão 24h e me garantiram que, se surgir algum cupim nos próximos 8 anos, posso ligar a qualquer hora que eles vêm tratar! Isso porque o produto utilizado impede que novas colônias se instalem naquela madeira que foi tratada. Se entrar uma revoada de novos cupins pela janela, por exemplo, eles não vão ficar na minha madeira! Parece incrível... será???? Bom, nos próximos 8 anos eles vão saber se vou ligar alguma vez...

Piso de tacos pedindo socorro


Cupins 

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A área de serviço

A área de serviço tinha originalmente um tanque enorme, de concreto revestido de azulejos, que ocupava muito espaço e que foi uma das primeiras coisas a ser demolida, logo no começo da reforma. O pedreiro que demoliu disse que foi um inferno, porque ele tinha por dentro toda uma estrutura em ferro. Fiquei com pena do cara. Mas já temos um tanque novinho em folha, de louça, em tamanho médio, o suficiente para ser funcional sem ocupar tanto espaço de circulação.
O novo tanquinho foi presente da mamis (a principal entusiasta da demolição do tancão original), que nos convenceu de que jamais precisaríamos de um tanque daquele tamanho, já que não pretendíamos pescar ali dentro. As intervenções que ainda serão feitas são a quebra do piso para passar o encanamento de saída de água da máquina de lavar direto para o ralo (imaginamos que a proprietária anterior largava a água para dentro do tancão, já que não havia saída para a máquina), a substituição dos registros e da caixa por uma de 250 (a caixinha atual é bem pequenininha, e devia transbordar sempre que se lavava roupa). Além disso, vão embora os azulejos (novos azulejos serão colocados apenas na área do tanque), as paredes serão rebocadas e pintadas e o piso, que é continuação da cozinha (paviflex amarelo e branco) será trocado. 



A cozinha rosa pálido, sob risco de avalanche

A cozinha também está pedindo um carinho, coitada.

Os pontos críticos: 

Os azulejos em tons de cor de rosa pálido estão sob risco iminente de queda ao menor movimento, muitos deles completamente soltos e outros faltando. O piso é um duvidoso paviflex amarelo e branco, com peças quebradas, riscadas ou descolando. A pia é daquelas com balcão de concreto e azulejos pretos, bem pesadona, arrematada por um armário semi-destruído de fórmica em tom de amarelo-desgosto. A água da pia não desce, por possível entupimento de algum cano velho. Além disso, há um buraco, um espaço não aproveitado junto ao teto (acima da capela onde está embutido o tampo da pia), ainda ostentando uma antiga pintura azul, pois sequer se dignaram a ir até aquele buraco inútil com os azulejos. Problemas elétricos e hidráulicos, como todo o restante do apê.









O plano de ataque:

- Instalar mais tomadas, prevendo espera para máquina de lavar louças, fogão elétrico, forno, etc;
- Acabar com o balcão atual de concreto abaixo da pia e substitui-lo por móvel de cozinha;
- Trocar o piso e retirar os azulejos;
- Rebocar a cozinha e assentar novos azulejos apenas acima da pia;
- Passar um cano de cobre por baixo do piso levando a mangueira de gás até a área de serviço, para que o botijão não precise mais ficar ao lado do fogão (algo bastante perigoso, segundo nossa querida amiga arquiteta que nos visitou para dar umas dicas preciosas);
- Refazer a hidráulica;
- Fechar o buraco com gesso para embutir iluminação acima da pia.

O banheiro islâmico

Talvez um dos cômodos mais judiadinhos do apartamento seja o banheiro social. Além de ser minúsculo (3,23 m2), o espaço não poderia ter sido pior aproveitado pelo engenheiro que o projetou, que deve ter sido formado por correspondência.


Os pontos críticos:

1) Para começar, a porta se abre para o meio do cômodo (isso mesmo: com a porta aberta, não é possível se mover pelo banheiro. Ela fica aberta no meio da peça). Atrás dessa porta (quando aberta), fica a única tomada existente, o que também não poderia ter sido feito em local menos propício. Além disso, a porta por pouco não raspa na pia ao se abrir;

2) A área do chuveiro (que conta com um box de acrílico que já estava quebrado) é comprida e estreita demais. Como se não bastasse, o cano do chuveiro fica muito perto da parede, totalmente descentralizado em relação ao espaço do box, o que obriga o cidadão que tenta tomar banho a fazê-lo encostado nos azulejos;

3) O interruptor de luz fica do lado de fora do banheiro, o que provoca uma tentação quase incontrolável de sacanear quem está usando a peça, deixando-o no escuro no momento mais dramático do serviço;

4) A cartela de cores expressa todo aquele bom gosto de uma cor que grita e outra que não escuta: azulejos verde pistache + piso mescladinho bege e branco + louças rosa antigo. Quem foi capaz de cometer uma combinação dessas? Não pergunte pra mim;

5) Piso solto em alguns pontos, azulejos idem. No caso dos azulejos, há ainda um clássico dos banheiros mais antiguinhos: diversos tons de verde entre o pistache e o abacate, porque foram sendo feitas reformas e nunca mais foram encontrados os azulejos no tom original para reposição;

6) Instalações elétricas precárias, cheias de gambiarras e "jeitinhos";

7) Válvula hidra com pequeno vazamento;

8) E só para finalizar, o carro-chefe do nosso banheiro é um show à parte: um vaso sanitário rosa antigo com tampa verde que foi colocado na diagonal!! Sim, acreditem, colocaram o vaso e, ao descobrirem que ele batia no box, ENTORTARAM um pouquinho para o lado esquerdo, de modo que a coxa de quem senta fica esmagada pela porta de acrílico do box! E com um espaçãããão sobrando ao lado deste vaso! Comentário do namorido ao ver a obra de arte da arquitetura banherística: "Vai ver que a proprietária anterior era muçulmana, só cagava virada para Meca." Taí, talvez seja uma boa explicação para o nosso vaso em diagonal: temos um banheiro islâmico!!!


 





O plano de ataque:

- Refazer toda a elétrica, colocando mais tomadas (onde elas realmente costumam ser usadas, e não atrás da porta!), eliminando as gambiarras e os fiozinhos puxados de lá para cá e daqui pra lá, instalando uma iluminação específica para a área da pia e puxando o interruptor de luz para dentro do banheiro; 
- Refazer toda a hidráulica, substituindo o registro e os canos podres de ferro colocados em 1950, redistribuindo as peças no ambiente (afinal, desentortar o vaso é prioridade número UM), anulando a válvula hidra (vamos usar caixa acoplada) e reposicionando o chuveiro;
- Trocar o piso e o revestimento;
- Rebaixar o teto com gesso para nivelar a diferença de pé direito e embutir iluminação;
- Inverter a porta. 

domingo, 25 de julho de 2010

O Ponto de Partida

O ponto de partida: um apartamento que poderia ser definido como "luxo underground". O que isso quer dizer? Que temos à mão um apê que, para um jovem casal sem filhos, é um luxo: três quartos (um deles com uma pequenina, porém simpática sacadinha), salas de estar e jantar, um banheiro social e outro de serviço, cozinha, área de serviço e despensa, cujas janelas dão todas para uma vista incrível do Rio Guaíba e do pôr-do-sol, símbolo de Porto Alegre. Mas todo esse luxo tem um preço, e aí é que entra o lado "underground" da parada: caindo aos pedaços, o apartamento clama urgentemente por um pouco de carinho e atenção. Azulejos caindo, pontos de umidade, elétrica e hidráulica em petição de miséria, venezianas que ameaçam cair do oitavo andar sobre a cabeça de algum transeunte desavisado na calçada e outros mil pequenos desajustes que exigem uma intervenção radical. Em pequenas e grandes cirurgias, aos pouquinhos vamos transformá-lo em algo que se possa chamar de lar. Esse blog foi criado para registrar essa transformação e, quem sabe, contribuir com algumas dicas e ideias para quem está, como nós, contando as moedinhas para enfrentar uma bela reforma!

Vista do quarto número 2